terça-feira, 21 de novembro de 2017




OS TERMINAIS DO NORTE E NORDESTE 

Habitações flutuantes no lago Coari-AM

Nos anos 2008 a 2015 viajei por terminais, pelo Norte e Nordeste do Brasil e observei o quanto esta região estava crescendo, e o quanto ainda poderia crescer, com relação as empresas e indústrias.                   

Isso é muito importante para as pessoas que estão avaliando o mercado de trabalho atualmente, e para o futuro.                                                                                                            É importante, ter o mínimo conhecimento sobre as regiões do país quanto aos investimentos, para observar as oportunidades que possam surgir em diversas áreas.

São empresas que precisarão de energia, de transporte, combustível em grande quantidade; empresas que terão grande necessidade de pessoas, de mão de obra para realizar os trabalhos.                Principalmente mão de obra qualificada.

Nesse comentário, vou manter o foco nos Terminais, distribuidoras de derivados de petróleo, e na área de dutos; apesar do comentário alcançar um leque muito grande de empresas, que se agregam a esse ramo do trabalho, que é o ramo petroquímico.

O Nordeste já está mais estruturado, quanto a terminais, dutos, empresas fornecedoras e polos industriais médios. O Norte ainda permanece uma região muito carente nesse aspecto do desenvolvimento.                                                                                                                     
O Brasil, comparado a outros países, tem uma malha dutoviária ainda muito pequena. Informações da ANTT - Agencia Nacional de Transportes Terrestres, mostram que o modal dutoviário representa apenas 4% da matriz de transporte de cargas no Brasil, à frente apenas do segmento aeroviário. No topo os líderes são: rodoviário 61,1%, ferroviário 20,7% e aquaviário 13,6%. Ainda estamos seguindo o modelo da década de 1950, quando a perspectiva futura era rodoviária.

Pesquisas da USP- Universidade de São Paulo, indicam que a construção de dutos é oito vezes mais cara, comparadas com a construção de rodovias; entretanto, para longas distancias, os gastos se invertem e os dutos passam a ser mais viáveis a longo prazo. Além de retirar o transporte pesado das estradas, disponibilizando as estradas para os carros menores.
Terminal  de Coari-AM 

Em cálculos realizados pela Confederação Nacional dos Transportes-CNT, um bombeio diário recebido por uma companhia de GLP, é de 150 t/h ou 3.600 t/dia; recebendo em 23 estados do país, atendendo 35 milhões de consumidores.                                                      Para transportar a mesma quantidade pelas rodovias, teríamos um acréscimo de 144 caminhões a mais em circulação (congestionamentos, poluição e riscos). Além de diversas outras vantagens ocasionadas pelo sistema de dutos.
                                                                                                 

No Brasil, existem aproximadamente 400 dutos em operação, e a maioria utilizada para transporte de petróleo e derivados. Com a operação e produção normalizada do pré sal, imagina-se que essa malha deverá crescer na próxima década.                                                 
Conforme informações da ABEMI - Associação Brasileira de Engenharia Industrial o país está na 16ª posição no ranking mundial com 22 mil km em termos de dutos: União Europeia- 800 mil; outros países menos extensos: México-40 mil; Argentina-38 mil; e Austrália-32 mil. Ou seja, temos muito para crescer ainda. 

A região Norte ainda necessita de uma malha dutoviária mínima, para terminais de transferência e estocagem, necessita de pontos de distribuição de derivados líquidos e gás, que atenda a necessidade de crescimento de muitas cidades; que ainda sofrem e são paralisadas em seu crescimento devido a essa carência de energia mais barata.

Essa dificuldade apresenta-se mais acentuada, nos períodos da "vazante". É o período de verão, das secas; que geralmente vai de julho a outubro na maior parte, e obriga as grandes e médias embarcações reduzirem até 50% de sua carga em alguns rios, viajando com "praça morta" (tanques meio vazios) e causando enormes prejuízos anuais a todos. O período das cheias também dificulta, pois os rios podem mudar suas rotas e facilitar o encalhe de embarcações por diversos motivos. Os níveis da água, podem variar de 13 a 22 metros. O rio amazonas já chegou a 29 metros na cheia de 2012.

O estado do Pará, parece já ter melhor condição quanto a essa ampliação de terminais. Porém, apenas nos detendo no estado do Amazonas, existem regiões de maior carência.                                      Seguindo o leito do Rio amazonas e Solimões, o qual percorri por barco de Coari até Manaus, algumas cidades já poderiam comportar esses terminais: Itacoatiara (onde já existe um grande terminal privado desde 2013), Manacapuru, Codajás, Coari (um terminal da Petrobras), Urucu (polo de refino), Tefe, Codajás, Manacapuru, etc.

Na Província de Urucu, município de Coari no centro do Amazonas, já operamos a 31 anos de forma ambientalmente sustentável. Nesta região, são produzidos diariamente 40 mil barris de óleo, de ótima qualidade e 1.200 t de GLP (gás de cozinha). Mostrando ao mundo nossa capacidade e responsabilidade. Desde 2009 já operamos também, o gasoduto Urucu-Coari-Manaus com 663 km, transportando 5,5 milhões de metros cúbicos por dia de GNL.
                 
Por tudo isso, é visível a necessidade desses investimentos, e a crença de que podemos fazer melhor na região, logo que possível em futuro próximo. Enfatizo como primeira diretriz, a manutenção do cuidado com a fauna, flora e o meio ambiente; ainda muito delicado nesta região, conforme afirmam ecologistas e biólogos.

Quanto aos Terminais de estocagem de graneis líquidos e as distribuidoras, eles necessitam de empregados qualificados e especializados, ou que no mínimo tenham alguma base para qualificação na própria empresa; do contrário os investidores serão obrigados a trazer mão de obra externa, mesmo que seja temporária ou não viriam; e isso não é desejável atualmente.                                                                                                                                         
Balsas no lago Coari-AM
                                                                         


Apesar da constante multifunção dos empregados atuais, ainda se faz necessário, e existe a carência nas diversas áreas técnicas, administrativas e sociais; para os vários níveis de trabalho nessas empresas.

Sabemos que os diversas ramos do conhecimento e suas atividades, nunca se mantem sozinhas; se faz necessário sempre o apoio de outras áreas, para que se possa realizar a atividade fim.
Instrutores, Operadores, Técnicos, Profissionais de nível médio, Mecânicos, Tecnólogos, Engenheiros, Médicos, Biólogos, Assistentes sociais, Administradores, Químicos, Auxiliares diversos, etc.

Estas são algumas especialidades e funções disponíveis, para esse mercado que já recomeça os investimentos, ainda que lentamente, apesar das dificuldades de infraestrutura básica nessas regiões mais distantes das cidades. Principalmente agora, com esse mercado internacional se aproximando mais, com a retomada e retorno das operações de exploração do pré-sal, após os novos leilões de bacias petrolíferas no Sul-Sudeste.

Cabe aos candidatos as vagas desse mercado, continuarem suas buscas e preparação; tendo e mantendo iniciativas nessa procura, começando a realizar alguma coisa, praticar se possível os diversos estágios como forma de preparação.                                                                                                                       
Enfim, se capacitar para seu objetivo e ganhar a experiência mínima necessária, para alçar novos patamares no futuro promissor que se vislumbra hoje.

Abraço!

AM.